domingo, 30 de junho de 2013

Hipertrofia Muscular - Seu olhar mais aprofundado.

            Como se sabe, as fibras musculares não se multiplicam. Desta forma, o aumento do tecido muscular só ocorre com o aumento da espessura das fibras, gerando novas miofibrilas. Esse aumento do tecido é decorrente da prática de exercícios intensos, que causam um estresse mecânico no músculo, ativando a expressão do RNA mensageiro e, consequentemente a síntese muscular de proteínas. Dentre as proteínas envolvidas na contração do músculo, estão a actina e a miosina, representando cerca de 55% do total de proteínas do músculo estriado, fundamentais no aumento da produção de miofibrilas pelas fibras musculares.
            A hipertrofia muscular, como dito, é decorrente de exercícios físicos, e caracterizada pelo aumento da musculatura, consequência da formação de novas miofibrilas, e ocorre no músculo estriado esquelético. Para que tal aumento ocorra, é necessária a elaboração de um planejamento de treino voltado para a hipertrofia.
            Neste treinamento, caracterizado pela utilização da força, são realizados exercícios de resistência, onde o indivíduo efetua movimentos musculares contra uma força de oposição. Este treinamento torna-se eficaz, pois seus exercícios são realizados com pesos.
            Durante o processo da hipertrofia, utiliza-se o glicogênio muscular como forma de energia. No geral, são três sistemas energéticos envolvidos na produção de ATP para fornecer energia e que atuam simultaneamente: ATP-CP, oxidativo e glicolítico. Porém, durante este processo existe um predomínio dos sistemas ATP-CP e glicolítico, enquanto o sistema oxidativo atua durante os períodos de recuperação entre as séries efetuadas.
            Considera-se a existência de dois tipos de hipertrofia: aguda e a crônica. A primeira, também conhecida como hipertrofia transitória, pode ser definida como um aumento do volume muscular durante um curto período, o de execução do treino, em função do acúmulo de líquido nos espaços intersticial e intracelular do músculo. Um segundo ponto de vista aceito é o do aumento no volume de líquido e conteúdo do glicogênio muscular no sarcoplasma.
            Já na hipertrofia crônica, o processo se dá durante um maior período de treinos e está diretamente relacionada com as mudanças musculares aparentes. Além disso, também estão relacionados o aumento de miofibrilas, do  número de filamentos de actina-miosina,do  conteúdo sarcoplasmático, do tecido conjuntivo, e até a combinação de todos estes fatores.
            Este segundo tipo de hipertrofia é caracterizado pelo treino de força contínuo. Tal treino exige um grande esforço físico e um grande esforço do músculo. Quando o treino é muito intenso, o músculo sofre microlesões; e é exatamente nesse processo que ocorre a hipertrofia.
As microlesões musculares recebem o auxílio das células satélites, que possuem um núcleo que se prolifera em resposta às lesões de exercícios intensos. Isso ocorre, pois as lesões atraem as células satélites, que, como citado anteriormente, se fundem com as fibras musculares e, com elas, dividem o seu núcleo. Após este processo, é estabelecido o suporte necessário para a síntese de novas proteínas contráteis.
            Uma vez que, mesmo multinucleadas, as células musculares não se multiplicam, é necessária a fusão de núcleos de outras células com a fibra muscular. As células satélites, responsáveis por esta fusão, além de possuírem o mesmo tamanho de uma célula muscular, são também células tronco, tendo um papel fundamental na regeneração do músculo após o excesso de esforço.
            A hipertrofia muscular se dá, pois o número de núcleos novos é maior do que o necessário para preencher as microlesões resultantes dos treinos. Com isso, a fibra muscular inicia a produção de uma maior quantidade de miofibrilas, resultando em um aumento do tecido muscular.


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